O general da reserva Mário Fernandes, que comandou unidade militar em Caçapava ao longo de sua carreira no Exército, confirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (24) que foi o autor do plano Punhal Verde Amarelo, plano que, segundo investigações da Polícia Federal, incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Fernandes é réu no processo da trama golpista, ele admitiu a autoria do plano, mas afirmou que era "só um pensamento meu".
Durante o governo do ex presidente Bolsonaro, o general ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República e foi responsável, segundo a Polícia Federal, pela elaboração do arquivo de word intitulado "Punhal Verde e Amarelo".
O general alegou no depoimente que o arquivo era pessoal, mas que determinou a impressão do documento em uma impressora do Palácio do Planalto. De acordo com Mário fernandes, o documento era destinado ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que era comandado pelo general Augusto Heleno, que também é réu. Ele negou que o arquivo seria apresentado em uma reunião com Bolsonaro.
"A determinação foi minha ao meu chefe de gabinete, o Reginaldo Vieira de Abreu, que emitisse seis cópias. Essas seis cópias foram emitidas. O objetivo delas era apresentar ao GSI, que, doutrinariamente, era responsável pela montagem do gabinete de crise. Não quer dizer a crise que a PGR pensa que é. Poderia ser qualquer outra crise. Era um assessoramento em apoio, no caso, ao general Heleno, que é um grande amigo, um grande mentor. Não tinha nada a ver com apresentação ao Bolsonaro", completou o militar, que está preso desde novembro do ano passado e foi interrogado por videoconferência.
O general Mário Fernandes comandou a 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel, sediada em Caçapava, uma das principais unidades militares do Exército Brasileiro na região Sudeste, permanecendo por quase dois anos. A Câmara Municipal de Caçapava o homenageou com o título de cidadão caçapavense em 18 de julho de 2018.
Segundo as investigações da Polícia Federal, Fernandes teria imprimido o planejamento para matar o presidente Lula e Moraes em de 9 de novembro de 2022 no Palácio do Planalto. Cerca de 40 minutos depois, ele teria ido até o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência então ocupada por Bolsonaro.
De acordo com o relatório da PF, o uso de metralhadoras e explosivos e o envenenamento de Lula e de Moraes, estava previsto no planejamento operacional chamado de “Punhal Verde e Amarelo” .
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