Um mês depois de terem ocupado as instalações da MWL, em Caçapava, os trabalhadores deixaram a fábrica. A decisão foi tomada em assembleia, nesta quinta-feira (29), após a Justiça ter decretado a falência da empresa.

A fábrica estava ocupada desde o dia 30 de agosto. Os trabalhadores vinham se revezando em grupos para evitar o furto de equipamentos e máquinas. Se necessário, a venda poderia ser eventualmente revertida em pagamento de salários. Na ocupação, cerca de 60 pessoas permaneceram em vigília.

Os trabalhadores estão desde maio sem receber, o que levou à deflagração de uma greve no dia 6 daquele mês. Durante todo esse período, a direção da MWL descumpriu a decisão judicial que determinava o pagamento dos salários e a reintegração de funcionários demitidos ilegalmente durante a greve.

Recuperação judicial
A MWL estava em processo de recuperação judicial em razão do acúmulo de dívidas, como as trabalhistas e por aluguel do imóvel onde está instalada a fábrica. Nessa quarta-feira (28), a 1ª Vara Civil de Caçapava transformou a recuperação em falência.

A partir de agora, a responsabilidade pela massa falida é da Brasil Trustee Administradora Judicial.

Embora acumule dívidas, a empresa tem capital a receber, no valor de R$ 4,4 milhões referentes a pedidos já entregues.

A conduta da administração da fábrica, de origem chinesa, coleciona irregularidades que contribuíram para a decretação da falência. A planta e os trabalhadores foram simplesmente abandonados pelos proprietários da MWL. Na última audiência convocada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), ocorrida dia 13, os próprios advogados da empresa disseram desconhecer o paradeiro dos sócios.

Homologação
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai entrar em contato com a Administradora Judicial para acelerar o processo de homologação e pagamento das dívidas trabalhistas.

“Os metalúrgicos da MWL foram bravos lutadores e agora têm mais uma luta pela frente até que todos os direitos sejam pagos. O Sindicato vai continuar ao lado deles nesse processo”, afirma o secretário-geral Renato Almeida.

Fonte: www.sindmetalsjc.org.br/


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