Metalúrgicos da MWL aprovaram um plano de mobilização contra o calote e o risco de fechamento da empresa, em Caçapava. A decisão foi tomada em assembleia, nesta terça-feira (7). Amanhã, haverá uma manifestação na cidade. 

A luta pelo pagamento dos salários se ampliou após a empresa dispensar os trabalhadores da produção por telegrama, ontem. Os cerca de 60 operários que participaram da assembleia de hoje receberam o comunicado. 

Segundo estimativa do Sindicato, as demissões podem chegar a 80 trabalhadores, mas a empresa não divulgou o número oficial.

Os cortes, porém, são ilegais. A MWL usa a data de início da paralisação (6 de maio) para acusar os metalúrgicos de “abandono de emprego”, desrespeitando o direito de greve previsto na legislação brasileira. Com isso, o Sindicato e os trabalhadores também passaram a lutar pelo cancelamento das demissões e contra o risco de calote nas verbas rescisórias.

Uma manifestação está marcada para esta quarta-feira (8), às 9 horas. Os trabalhadores sairão da subsede do Sindicato em Caçapava (Av. Cel. Alcântara, 500) rumo à Praça da Bandeira, no centro da cidade.

“Convocamos toda a população de Caçapava, os vereadores e a prefeitura a se unir aos trabalhadores nesse ato. São pais e mães de família que dedicaram décadas de trabalho à empresa. Defender os metalúrgicos da MWL nesse processo é defender toda a economia da cidade, que também depende dessa fábrica”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Greve por salários
A MWL vem atrasando o pagamento dos salários há meses. Recentemente, a empresa passou a tentar justificar o desrespeito usando o processo de recuperação judicial pelo qual passa. Mas essa condição não a desobriga de cumprir os direitos trabalhistas.

Há um mês, os trabalhadores iniciaram uma greve contra o atraso no pagamento. Mesmo depois de se comprometer a pagar o que devia, a empresa descontou os dias de paralisação e deixou os metalúrgicos sem salário. Nesta segunda (6), o pagamento correspondente a maio não foi feito.